Momentos do eu
Talvez um dia eu me perdoe por ser tão mácula. Enquanto isso não acontece eu amarro os meus cabelos desbotados e procuro a felicidade. Eu vivo uma saudade em cima da outra. Uma nudez de sentimentos sem segredos, que gritam apuros. Eu tenho um universo dentro de mim. Nele são notáveis a intensidade e o impulso. O caminho percorrido até ele é árduo; absurdo. Quero intimidade suficiente para que eu me mostre. Para que eu rasgue esse revestimento que compõe todo o meu corpo e te permita conhecer-me mais de perto. A cor do céu é da cor da minha esperança, o que me assusta é o mesmo que me acalma, o que eu odeio é parecido com aquilo que amo, e todas as coisas me confundem até o último dano. Aquele que faz-me dormir. Congelo e logo penso como seria se desse certo. Sempre acontece. Porque nunca dá. Não me contrariaria se a presença física, de fato, me conformasse. Mas não me convence a ideia de preenchimento sentimental. É como chuva de verão - impressiona -, mas nunca satis...