O prazer mora ao lado
Eu sempre quis alguém que entendesse as minhas manias, os meus medos; que sobrevivesse ao meu caos. Alguém que estivesse ao meu lado quando algo de bom acontecesse e naqueles momentos em que a única coisa que nos agrada é a presença da paz – mas eu não imaginava que esses momentos poderiam se tornar tão comuns. Eu não tinha noção que essa vontade poderia transbordar pelo meu rosto, numa expressão de desespero e gentileza, que ela poderia se espalhar pelo meu corpo – bem como eu me esparramo pelo seu. Depois de inúmeros começos e fins, o nosso é o mais avassalador. Porque eu sempre quero mais, e mesmo que você me torture devagar com a sua presença – me fazendo vítima e culpada do nosso caso –, eu me rendo – como se eu não pertencesse a nenhum outro alguém além daquele que me faz inteira. Todos os dias eu me sinto estática num sentimento de prazer e libertinagem. São apenas momentos, mas valem cada órgão do meu corpo. Aliás, de todos os corpos. Todos os dias eu arranco do ...