Sou eu
Sou eu, a mesma de sempre, mas em outra versão.
Deixa eu te contar uma coisa, por muitas vezes eu me coloquei por baixo para, primeiro, priorizar as suas vontades e assim te ver feliz. por muitas vezes eu engoli seco, talvez por medo, e não disse o que sentia, e não fiz o que queria. por muito tempo eu via o mundo desabar na minha frente sem que eu visse qualquer saída, sem que eu conguisse dar um passo à frente ou para trás, porque tudo desabava. eu vim contar das vezes que eu senti meu coração sendo apertado, quebrando, e o quanto eu não tinha estruturas para lidar com tudo o que eu tinha pra fazer no resto daquele dia e nos seguintes. queria contar que seu sorriso me faz muita falta, sim, mas não é comigo que você quer estar. queria contar que foi difícil ver você indo embora sem que eu realmente pudesse te ver, porque a cada vez que eu me machucava era uma parte de você que saía de mim. eu queria contar tanta coisa. queria dizer que a terapia não me ajudava tanto quanto parecia porque tudo que eu fazia tinha você. nos andares, nas pedaladas, nos desenhos, nas conversas, nas caminhadas, nas pessoas. eu sempre via um pouco de você e isso me incendiava. por muito tempo eu achei que isso não fosse passar, eu estava certa. queria contar que sempre vai ter um pouco ou muito de alguém dentro de você, que algumas coisas ou quase tudo vai te lembrar essa pessoa, que você vai sorrir ou chorar se, por acaso, vocês se esbarrarem, mas essa pessoa não vai estar mais com você. é, não vai estar, e tá tudo bem.
Comentários
Postar um comentário