Sobre o que as paixões ensinam
Não é sobre o que as pessoas fazem para nós, mas sobre a forma que reagimos diante das situações. Todos os dias surge um desafio diferente e manter-se equilibrado emocionalmente se torna quase impossível. A verdade é que, apesar de termos consciência de muitas coisas, o que mais direciona a nossa atenção é aquilo que ainda não temos controle e de certa forma é o que mais nos afeta.
O erro está exatamente neste ponto, tentar ter o controle de tudo quando deveríamos refletir e analisar, absorver o que este episódio nos trouxe de bom e, caso não consigamos encontrar algum benefício, simplesmente aceitar. Continuar seguindo é uma tarefa difícil quando tem-se apego demais, quando a saúde mental depende do outro, quando detalhes atingem diretamente o humor. Nós precisamos exercitar mais a compreensão, precisamos priorizar o nosso bem-estar, porque sentir paixão por alguém não significa necessariamente que isso nos fará bem a longo prazo. Entender que a nossa linha de raciocínio e a do outro evoluem em tempos diferentes pode ser o primeiro passo para facilitar a nossa maneira de se relacionar.
Quando alguém diz não sentir a mesma coisa ou não ter a mesma vontade que a nossa, apesar de ter apreço pela pessoa que somos, quer dizer que fizemos a nossa parte naquela história. Se foi o suficiente? claro. Foi suficiente porque em algum momento alguém tomou uma decisão, mas se ela nos deixou bem ou mal é outro porém. Se desesperar e sentir aversão nos torna escravos da nossa própria mente, o que abre janelas de situações que muitas vezes só existem na nossa mente. Isso é torturar os próprios sentimentos e aprisionar-se àquilo que talvez já tenha perdido o sentido há tempos.
Ao fixar a atenção numa única perspectiva de uma história tendemos a não pensar se ela realmente ainda é querida pelos nossos sentimentos. Muitas vezes o ego, o desejo de conseguir o que aparentemente é impossível se confunde com um amor intenso e insubstituível. Neste momento não nos esquivamos de quase nada que nos dá prazer, porque se sentir um pouco melhor em algumas horas do dia faz parte do jogo da nossa mente, mas mesmo nas melhores horas pode ser que algo pareça estar errado, é uma busca incessante por aquilo que talvez não volte a ser o que era ou que não seja nunca mais alguma coisa em nossa vida.
Neste ciclo é necessário, todos os dias, buscar o equilíbrio das nossas emoções. As pessoas escolhem se querem permanecer ou não em nossas vidas da mesma forma que nós escolhemos se iremos ou não nos submeter a algo que não se mostra verdadeiro ou digno de nossos esforços. Lembrando que isso não quer dizer que estamos desistindo de alguém, de uma história; significa que somos maduros suficientes para entender que algumas coisas simplesmente precisam ser deixadas para trás e algumas pessoas precisam sair de nossas vidas para que outras cheguem e nos ensinem novas lições.
Hoje a vida sorriu e disse que tudo isso te tornou mais forte. Olhe para o passado com orgulho e perceba o quando você cresceu. O reconhecimento é o olhar mais lindo que você pode dar para si mesmo.
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